Como colocar sua startup no foco das grandes empresas?

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Ao ligar as turbinas de uma startup, o empreendedor brasileiro, em geral, tem alguns objetivos e algumas alternativas claros: atrair investimentos, crescer e ganhar mercado.

Ao ligar as turbinas de uma startup, o empreendedor brasileiro, em geral, tem alguns objetivos e algumas alternativas claros: atrair investimentos, crescer e ganhar mercado, tornar sua startup um unicórnio (empresa avaliada em mais de um bilhão de dólares) são provavelmente as mais alardeadas. Mas uma possibilidade que vem ganhando espaço no mercado é o early exit, que nada mais é do que a venda de uma startup para uma grande empresa ou para uma startup em fase mais avançada.

Mas o que uma startup tem que fazer ou tem que ser para atrair a atenção de uma grande companhia? Abaixo, listo alguns pontos que podem ser úteis na hora de obter espaço entre negociações com companhias relevantes para o setor.

1. Às vezes, inovação > dinheiro

Receita e volume de negócios são indicadores que apontam para a sustentabilidade e viabilidade comercial de qualquer negócio desde que o mundo é mundo. Porém, no universo das startups, é preciso levar em conta que, muitas vezes, a inovação que as empresas produzem vale mais do que seu lucro (ou ausência dele).

A aquisição de uma startup muitas vezes pode prescindir de aspectos como sustentabilidade e viabilidade comercial dela. Há inúmeros casos de grandes empresas que, a fim de melhorar a experiência do cliente e incorporar novas disrupções em seus métodos internos, adquirem startups em estágios iniciais. Por isso, às vezes, a inovação ganha do lucro na hora de chamar atenção das grandes empresas.

2. Suas pessoas são seu principal ativo

O principal ativo de uma startup não é apenas os produtos e serviços que elas oferecem ao mercado, mas também as pessoas que as constroem. Muitas das aquisições que ocorrem no mercado têm como objetivo absorver uma equipe com conhecimentos específicos, a fim de que ela contribua no andamento de novos processos da empresa. Às vezes, esse propósito se sobrepõe até ao interesse que se tem pelo produto ou serviço oferecido pela startup.

Os times que compõem startups são, em geral, jovens, inventivos e resilientes. Tratam-se de pessoas que entendem que erros são etapas naturais e que perscrutam distintos caminhos para realizar suas tarefas. Essa capacidade de encontrar novas soluções para velhos problemas é um aspecto ao qual as grandes empresas observam com bastante atenção e é algo que as startups têm a oferecer aos montes.

3. A documentação tem que estar sempre em dia

O contador é o melhor amigo do empreendedor do mundo das startups. Toda a documentação que envolve o negócio deve estar em ordem, incluindo aí registros de funcionários, impostos, contratos, pagamentos etc. Isso se dá pelo fato da diligência de uma operação de fusão e aquisição ser bastante rigorosa e só ser possível com uma observação rigorosa dos registros dos processos internos da startup a ser adquirida por alguma grande empresa.

Essa é uma questão relevante para a realidade das startups no Brasil. Em média, 76,92% ainda não têm nem um contrato de sociedade assinado, enquanto 48,15% descumprem as convenções coletivas de trabalho aplicadas ao nicho de atuação. Os dados são referentes ao estudo BVA Startups Legal Report, produzido pela BVA Advogados, escritório referência em processos de M&A no país.

4. Investimento em excesso não é sinal de sucesso

Já virou um lugar comum associar múltiplos aportes em sinais de sucesso na trajetória de uma startup. É claro que é ótimo receber mais e mais injeções financeiras para acelerar o crescimento do negócio, mas isso se torna um problema quando há muito investimento, uma inflação no seu cap table (organização societária) e, por outro lado, não há o alcance de uma melhor performance e de melhores resultados com a velocidade pretendida.

Não é raro haver casos em que o investimento se configure como uma fonte desnecessária de pressão sobre a equipe e passe a se tornar um problema. É necessário ter em vista que o principal investidor, afinal, é sempre o cliente. Quanto mais conseguir crescer com seu próprio caixa e gerar receita, melhor.

5. Não se esqueça do diálogo com a imprensa

A imprensa segue tendo um espaço central na validação e construção de reputação de pessoas, empresas, instituições e entidades. Para conseguir obter a atenção das grandes empresas, é importante que as startups consigam mostrar que figuras que pesquisam profundamente sobre os temas que concernem a ela (no caso, editores e repórteres de editorias como negócios, inovação, tecnologia e empreendedorismo, por exemplo) as conhecem e as coloquem num espaço de destaque. Às vezes, uma simples entrevista consegue garantir que você domina o assunto do seu nicho e te coloca sob uma ótica positiva dentro do mercado.

Eduardo Cosomano é fundador da EDB Comunicação, agência especializada em assessoria de imprensa e produção de conteúdo, e coautor do livro “Saída de Mestre: estratégias para compra e venda de uma startup”, lançado pela Editora Gente.

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